A pesca com o búzio: saberes e fazeres que revelam um patrimônio cultural em Tracuateua, Amazônia Oriental
DOI:
https://doi.org/10.51880/ho.v28i1.1493Palabras clave:
Pesca artesanal, Amazônia, Territórios, Saberes, Patrimônio CulturalResumen
Objetivou-se neste estudo compreender a pesca artesanal utilizando o búzio como instrumento nos rios do município de Tracuateua, visibilizando seu funcionamento, os saberes presentes, as relações que nela estão contidas a partir do território. Tracuateua localiza-se no nordeste do estado do Pará, Amazônia Oriental. Oito pessoas que desenvolvem a pesca com búzio foram entrevistadas. Essa pesca é praticada para o autoconsumo familiar. Na pesca com o búzio, os saberes estão associados ao modo de pesca dos povos que vivem na Amazônia e mantém suas tradições na sua forma de viver e lidar com o mundo humano e não humano. A partir das práticas territoriais, vê-se uma compreensão da apropriação do espaço, representadas pelas territorialidades expressas nas diferentes estratégias estabelecidas no movimento da pesca com o búzio, as quais desenvolvem um patrimônio cultural sustentado pelo saber-fazer compartilhado de geração em geração.
Citas
ALMEIDA, Maria da Conceição de. Complexidade e cosmologias da tradição. Belém: Eduepa, 2001.
ALMEIDA, Maria Geralda de. Diáspora: viver entre territórios. e entre culturas? In: SAQUET, Marcos Aurelio; SPOSITO, Eliseu Savério (Org.). Territórios e territorialidades: teorias, processos e conflitos. São Paulo: Expressão Popular: UNESP. Programa de Pós-Graduação em Geografia, 2008. p. 175-195.
AMARAL, Amadeu. O dialeto caipira. 4. ed. São Paulo: Hucitec / Brasília: INL, 1982.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Educação como cultura. São Paulo: Cortez, 2002.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação? São Paulo: Brasiliense, 2007. (Coleção Primeiros Passos, 20).
BRASIL. Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009. Dispõe sobrea Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca regula as atividades pesqueiras, revoga a Lei nº 7.679, de 23 de novembro de 1988, e dispositivos do Decreto-Lei nº 221, de 28 de fevereiro de 1967, e dá outras providências. Diário Oficial da União: Seção 1, Brasília, DF, p. 1,
jun. 2009.
CAIADO, Aurílio Sérgio Costa. O espaço da cultura: guia cultural do Estado de São Paulo. São Paulo Perspectiva, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 55-65, 2001.
CARDOSO, Eduardo Schiavone. Pescadores artesanais: natureza, território, movimento social. Tese ( Doutorado em Geografia) – USP, São Paulo, SP, 2001.
COSTA, Nivia Maria Vieira Costa; MELO, Lana Gabriela Guimarães; VIEIRA, Norma Cristina A Etnofísica da carpintaria naval em Bragança - Pará - Brasil. Amazônica, Belém, v. 9, n. 1, p. 414-436, 2017.
CUNHA, Lúcia Helena de Oliveira. Saberes patrimoniais pesqueiros: desenvolvimento e meio ambiente. Desenvolvimento e Meio Ambiente, Curitiba, n. 7, p. 69-76, jan./jun. 2003.
CUNHA, Manuela Carneiro da. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
DAVALLON, Jean. Memória e patrimônio: por uma abordagem dos regimes de patrimonialização In: TARDY, Cécile; DODEBEI, Vera (Ed.). Memória e novos patrimônios. Marseille: Open Edition Press, 2015. Disponível em: https://books.openedition.org/oep/417. Acesso em: 18 mar. 2025.
DIEGUES, Antônio Carlos. A pesca construindo sociedades: leituras em antropologia marítima e pesqueira. São Paulo: NUPAUB-USP, 2004.
DIEGUES, Antonio Carlos. Etnoconservação: novos rumos para a proteção da natureza nos trópicos. São Paulo: Hucitec, 2000.
FUNARI, Pedro Paulo; PELEGRINI, Sandra C. A. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
FURTADO, Lourdes Gonçalves. Características gerais e problemas da pesca amazônica no Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi: Série Antropologia, v. 6, n. 1, p. 41-93, 1990.
GOHN, Maria da Glória. Educação não formal, educador(a) social e projetos sociais de inclusão social. Meta: Avaliação, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28-43, 2009.
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. Antropologia dos objetos: coleções, museus e patrimônios. Rio de Janeiro: Ministério da Cultura, Iphan, Demu, Garamond, 2007. (Museu, Memória e Cidadania).
HAESBAERT, Rogério. Concepções de território para entender a desterritorialização. In: SANTOS, Milton, BECKER, Bertha, K. (Org.). Território, territórios: ensaios sobre o ordenamento territorial. 3. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007. p. 49-70.
LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. Tradução Tânia Pellegrini. 3. ed. Campinas: Papirus, 2002.
MALDONADO, Simone Carneiro. Mestres & mares: espaço e indivisão na pesca marítima. 2. ed. São Paulo: Annablume,1993.
MINAYO, Maria Cecilia de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14. ed. São Paulo: Hucitec, 2014.
RAFFESTIN, Claude [1980]. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
SANTOS, Milton. O dinheiro e o território. GEOgraphia, Niterói, v. 1, n.1, p. 7-13, 1999.
SAQUET, Marcos Aurélio. Por uma geografia das territorialidades e das temporalidades: uma concepção multidimensional voltada para a cooperação e para o desenvolvimento territorial. 2. ed. Rio de Janeiro: Consequências, 2015.
UNESCO – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA. Convenção sobre a proteção do Patrimônio mundial Cultural e Natural. Paris, 16 nov. 1972. Disponível em: https://whc.unesco.org/archive/convention-pt.pdf. Acesso em: 15 abr. 2025.
VIEIRA, Norma Cristina; SIQUEIRA, Deis; GOMES, Maria; EVER, Marcella. Trabalho e gênero em comunidades extrativistas da costa paraense. Caderno Espaço Feminino, Uberlândia, v. 28, n. 1, p. 233-252, 2015.
VINUTO, Juliana. A amostragem em bola de neve na pesquisa qualitativa: um debate em aberto. Temáticas, Campinas, v. 22, n. 44, p. 203-220, 2014.
Fontes orais
AVIZ, Fernanda [41 anos]. [nov. 2023]. Entrevistadora: Helena de Aviz. Tracuateua, PA, 7 nov. 2023.
GOMES, Antônio [67 anos]. [fev. 2024]. Entrevistadora: Norma Vieira. Tracuateua, PA, 16 fev. 2024.
GOMES, Maria [64 anos]. [fev. 2024]. Entrevistadora: Norma Vieira. Tracuateua, PA, 16 fev. 2024.
NONATO, Raimundo [53 anos]. [dez. 2023]. Entrevistadora: Norma Vieira. Tracuateua, PA, 12 dez. 2023.
OLIVEIRA, Dilma [45 anos]. [nov. 2023]. Entrevistadora: Helena de Aviz. Tracuateua, PA. 29 nov. 2023.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 História Oral

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
A revista História Oral é licenciada de acordo com a atribuição Creative Commons BY-NC-ND 4.0 (Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional). Dessa forma, os usuários da revista têm o direito de compartilhar livremente o material, copiando-o e redistribuindo-o em qualquer suporte e formato, desde que sem fins comerciais, fornecendo o crédito apropriado e não realizando mudanças ou transformações no material. Para maiores informações, ver: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR